Quero alguém que seja homem o suficiente para me assumir, que tenha orgulho de estar comigo e que sinta tanta felicidade por isso, que sinta vontade de gritar a todos.

Quero alguém humano, que tenha sentimentos, coração.

Quero alguém que saiba falar, calar, ouvir.
Alguém que entenda o que as palavras não dizem.

Alguém que perceba, que sinta, mesmo quando eu não falar, coisas óbvias como a necessidade de um abraço ou de uma palavra.

Quero alguém que se encante com poesia, alguém que sinta música.

Alguém que mande mensagem mesmo de madrugada porque pensou em mim, porque simplesmente sentiu que devia me dizer algo, e não porque tinha obrigação de mandar.

Alguém que ame animais, plantas, crianças.

Alguém que veja e sinta a poesia das estrelas, do sol, da lua, do canto dos ventos, do quebra-mar (mesmo sabendo do meu pavor pelo mar - alguém que me faça sentir segura).

Alguém com um grande amor por mim.

Alguém que sinta falta do meu sorriso, do meu jeito, das minhas manias.

Alguém que se deixe ser amado por mim.

Alguém que me faça sentir segura em amar.

Alguém que me surpreenda no dia-a-dia, com palavras e gestos e atitudes.

Alguém que ame por simplesmente amar.
Alguém que guarde meus segredos. Mais ainda: alguém que tenha segredos comigo (nossos segredos, coisas só nossas).

Alguém que não me engane, que seja transparente, que me deixe conhecê-lo em sua essência.

Que tenha sinceridade, honestidade, lealdade. Que nunca se passe por alguém que não é.

Que também me conheça, que saiba de cor como é o meu sorriso quando estou com vergonha, meu olhar quando estou criticando algo e que reconheça minha chatice um pouco mais exagerada uma vez por mês.

Alguém que tenha um ideal e medo de perdê-lo.

Que caso ainda não o tenha, sinta o grande vácuo que isso deixa.

Que sempre procure o conhecimento e que tenha objetivos, metas (e que procure realizá-las).

Alguém que seja companheiro, amante, família.

Alguém que principalmente seja amigo.

Alguém que sinta o vazio de se estar solitário.
Alguém que tenha os mesmos gostos, que se comova quando chamá-lo de 'meu amor'.

Alguém que saiba conversar de coisas simples. 

De chuvas, de recordações da infância, da beleza do céu.

Alguém cujo toque me deixe louca.

Alguém que não me tire do sério.

Alguém para contar o que vi de belo e triste durante o dia.
Dos anseios, das realizações,dos sonhos e da realidade.

Alguém que me mostre que vale a pena viver.
Não porque a vida é bela, mas porque ele está comigo.

Preciso de alguém para parar de chorar.
Para não viver debruçada no passado, em busca de memórias perdidas.
Para que eu tenha a consciência de que ainda vivo.

(Gente, há muito tempo atrás li um texto que se chamava "Procura-se Um Amigo", de um autor desconhecido. Lembro-me que minha mãe me apresentou esse texto - não sei se leu na Faculdade, mas enfim...- gostei bastante. Não lembro dele com clareza de detalhes, mas poderão encontrar trechos de meu texto muito parecidos com esse, pois foi nele em que me inspirei. ^^)

Perdi-me no vazio. Caí no nada. E do nada fiz algo. Do nada criei. Cores vivas aparecem. Do nada surgem. Caí. Deslizei por entre curvas. Curvas de alguém. Fechei meus olhos. E me perdi... Num beijo me encontrei. De olhos fechados... Explosão dentro de meu peito. Acelerando... Um frio me toma. E caio... Mais uma vez. Vou caindo... E paro. Nas mãos de alguém. Esse alguém me olha. Sinto-me pequena diante dos grandes olhos. Sento. Fecho-me em mim mesma... Fecho os olhos. Abro os olhos. Um azul toma o ambiente. Aí está você... Um sorriso. Tuas mãos frias tocam meu rosto... E num beijo me perco mais uma vez... Acordei.

Sentir a ausência... O vazio... Como se tudo tivesse, de repente, ficado preto e branco... Não mais que de repente, as cores foram sumindo... O gosto foi morendo... O cheiro, desaparecendo... O sorriso, se perdendo... As palavras, perdendo o sentido...

Ai... Que saudade que bateu agora aqui no peito desse alguém que nem imagina... Dessa pessoa que já me deu muitos dias felizes e muitos momentos onde achei que iria explodir de raiva, mas também de amor... Que saudade dessa pessoa que eu via dormir, observava o olhar, admirava o sorriso... Sorriso lindo que me encantava (e encanta)... Essa pessoa nem imagina como muito do que sou hoje aprendi com ela... Essa pessoa não faz ideia de cada momento que tenho gravado em minha mente, que posso simplesmente fechar os olhos e retornar a tudo, sentir tudo outra vez... O sentimento continua guardado, escondido, camuflado... Nunca se foi. Nunca deixou de existir. E continua aqui... Mas você nunca saberá... Você nunca irá supor... Deixa ele aqui, quietinho, dentro de mim... Onde só eu sei... Onde só eu posso ter acesso... É mais fácil (ou menos difícil)... E dia após dia, vou aprendendo a conviver com ele... Superado, mas imortal...

Agora é seguir em frente, sem olhar pra trás. Quem ficou pra trás não vai voltar pro meu coração se eu não permitir. Agora é ser forte. Não baixar a cabeça. Não desistir. Sem você mais um dia. E mais outro. Um após o outro... E o tempo se encarrega de tirar você daqui de dentro. E você vai sumindo... Engraçado como o tempo vai embaçando a sua imagem antes tão viva. E meu coração vai dando espaço. Vai cedendo ao Tempo...

Ninguém merece uma pessoa pela metade, uma pessoa cheia de mágoas, de pensamentos tristes que insistem lembrar o doloroso passado... Por isso que eu preciso de um tempo pra mim. Que eu vou me recuperar por completo, já é certo. Eu já me recuperei de tantos tombos feios... Esse é só mais um. Mas não é porque é só mais um tombo que a queda não machuque. Cair sempre é doloroso. Que eu vou superar, é fato. Mas não sei quando... E eu não posso ser egoísta e prender quem não merece ser preso a alguém que não se entrega. Quem nada tem a ver com as minhas dores e angústias... Por isso sou sincera, sou íntegra, jogo na lata que o momento é meu. Um pouco de egoísmo, um tempo pra me recuperar depois do choque de realidade que eu tive que tomar após ver quem é quem. Há coisas que ninguém pode fazer por mim. Só eu. Só eu posso me fazer realmente feliz... Mas nada pode ser forçado, tudo acontece no seu devido tempo. Tudo ao seu tempo... E no dia que eu estiver 100% recuperada, de peito aberto, vou me entregar por completo mais uma vez. Mas ainda não. Ainda está doendo... Ainda há mágoa... Ressentimento... Muito arrependimento... Ainda há dor. E isso só há de passar com o tempo... Preciso de um tempo pra curtir esse tempo. Me amando, me respeitando, me dando o valor que eu nunca dei e sempre mereci... Pra só assim tentar de novo. Não tem como seguir... Eu recém estou me levantando. Ainda não estou de pé para pular, para rir, para até quem sabe cair de novo. Eu preciso estar em pé para arriscar tudo outra vez. Preciso de mim. Preciso tentar realizar os meus sonhos, tentar concretizar os meus objetivos. Preciso de dedicação mútua comigo mesma... Preciso sentir os pingos da chuva caindo por meu rosto... Meus pés pisando a areia da praia... Preciso me sentir viva... Intensa... Minha... Sozinha... Feliz. Aqui a sinceridade é muito forte e eu pago um preço caro por ser assim. O preço são esses tempos de recuperação que eu preciso... Esse é o preço que eu pago por achar que as pessoas são iguais a mim. Então estou indo... Vou lá sentir o vento no rosto e tentar sorrir de verdade... Mais uma vez pagar o preço pela minha inocência de acreditar no caráter das pessoas, de acreditar que o que elas dizem é verdadeiro e de ver que o que elas mostram ser é o que realmente sempre NÃO são... Lá vou eu sozinha... Buscar a felicidade (que até outro dia eu não acreditava existir) no meio da multidão. Lá vou mais uma vez dar a volta por cima, superar. Lá vou eu... VIVER.

Saudade...

Saudade: essa palavrinha da nossa língua, que dói, mas é bom. É um paradoxo como eu mesma. Machuca não ter o que se ama, mas aprendemos a dar valor ao que amamos. Sinto saudade. Saudade que machuca, que parece que mata. Mata um pedacinho de nós mesmos a cada instante longe do ser amado. E vai matando... Até que se mate a saudade que nos consome.